O estresse hídrico é um dos grandes causadores de redução de produtividade e qualidade da plantação de trigo. Na fase perfilhamento, o estresse hídrico acarreta diminuição no crescimento das plantas e no número de perfilhos. Na fase de alongamento, reduz o número de perfilhos com espigas.
E, especialmente, no emborrachamento, o estresse hídrico tende a promover aumento na esterilidade das flores. Nesse sentido, o que ocasiona falhas de granação e enchimento incompleto dos grãos. Um efeito direto na redução da produtividade.
Posto o déficit hídrico, há também o impacto do excesso de chuvas na cultura. Períodos de intensa precipitação proporcionam diminuição na produtividade e qualidade industrial do trigo. Além disso, geram condições adequadas para o aumento na incidência de doenças.
A grande quantidade de chuvas, especialmente durante o período de cultivo, é o princípio fundamental – juntamente com temperaturas elevadas e características genéticas inerentes à cultivar selecionada, para o nascimento da “germinação pré-colheita” ou “germinação na espiga”. Este problema é o principal redutor da produtividade e do valor comercial do trigo.
A germinação pré-colheita é provocada quando há quebra de dormência durante o período de enchimento de grãos, somada a chuvas na fase de colheita. Quando muito severa, a observação da germinação dos grãos pode ser diagnosticada no campo.
No entanto, por inúmeras vezes o problema não tem diagnostico a nível de lavoura. Dessa forma, a indústria tritícola emprega o método do Número de Queda de Hagberg (NQH) (Hagberg-Falling Number). O método constitui de um índice, em que, valores menores que 200, apontam a presença do problema.
A ocorrência de valores menores que 200, então, indicam a necessidade do trigo ser destinado diretamente para ração animal. Logo, acarretando uma perda ainda maior ao triticultor. Isso porque, novamente, o germinação pré-colheita, deteriora a produtiva, assim, o que diminui o seu ganho financeiro por área.
E, com a destinação direta do trigo para ração animal, o valor pago pela qualidade da produção é também deteriorada. Enfim, um prejuízo duplo ao produtor. Para indústria também. Pois, será necessária até, a depender do caso, a importação para cumprimento da produção.
Quanto ao segundo problema ocasionado pelo excesso de chuvas, tem-se o aumento da incidência de doenças. Nesse sentido, a ocorrência de duas doenças fúngicas merecem atenção especial (Forceline & Reis, 2005). A primeira é a Giberela (Gibberella zeae) causada pelo fungo Fusarium gramineaum pode provocar perdas de até 30 % na produtividade. Além disso, provocar a presença de micotoxinas nos grãos.
A segunda, refere-se a Brusone (Magnaporthe grisea), causada pelo fungo Pyricularia grisea. Essa doença possui ocorrência principalmente na região norte do Paraná. Sua incidência na lavoura pode reduzir em 50 % a produtividade. Ambas as doenças são de difícil controle, sendo controle genético, pela semeadura de cultivares tolerantes ou resistentes.
Fonte: nutriçãodesafras
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